Possivelmente todas as pessoas já passaram por alguma situação traumática de menor ou maior gravidade em alguma fase da vida mesmo que não tenham consciência disto. É bem provável que muitos dos comportamentos, modos de pensar e traços de personalidade desajustados sejam motivados inconscientemente por esses traumas (memórias energéticas-instintivas que ficaram presas e desorganizadas no sistema nervoso autônomo do indivíduo ao longo do tempo).
Como o objetivo de oferecer pistas ao leitor no sentido de se autoconhecer e saber se manifesta ou não sintomas traumáticos inconscientes listamos a baixo as consequências dos traumas em diversos níveis da vida.
Nível emocional: emoções irracionais; imprevisíveis; intensas e recorrentes; oscilações de humor abruptas e drásticas; mau humor; irritabilidade prolongada; estados de grande ansiedade com pânico; sentimentos incontroláveis de medo; terror ou raiva; sentimentos profundos de desamparo; desesperança; desespero; depressão; pessimismo; fatalismo; perda da segurança; falta de previsibilidade; falta de confiança; falta de autoestima e fé; sentimentos de isolamento; alienação; desconexão com o mundo; sentimento de culpa e sofrimento profundo.
Nível físico: dores crônicas no peito e nas costas; dores de cabeça; indisposição; tensão estomacal; tontura; vertigem; pressão alta; tensão muscular; câimbras; entorpecimento; enjoo; sinais de hiperexitação com palpitação; arritmia; batimentos cardíacos e pulso acelerados; respiração acelerada e encurtada; transpiração; arrepios; pele fria e suada; boca seca; hipersensibilidade a luz, som, odor, toque, paladar e a movimentos rápidos; insônia; perda de apetite e baixa na libido.
Nível mental: confusão; desorientação; falta de concentração, incapacidade de aprender; esquecimento; crenças paranoicas, pensamentos negativos; obsessivos; mania de perseguição; tendência a tornar-se mais radical, mais polarizado e mais intolerante com as diferenças; perda da capacidade de raciocinar e ser ponderado; perda da capacidade de tomar decisões; vulnerabilidade; sugestionabilidade; perda de interesse pela família, pelo trabalho; por paixões e interesses; perda de espontaneidade e de confiança; demonstrações de cinismo e desilusão; culpa ou projeção de culpa nos outros; pensamentos violentos e tendência a julgar e criticar.
Nível comportamental: incapacidade de a pessoa manter-se funcional na vida cotidiana; comportamentos de risco ou impulsivos; passividade; satisfação de algumas necessidades à custa de outras ou à custa de outras pessoas; retraimento; isolamento; vícios e usos de drogas; mudanças no padrão de linguagem; comportamentos antissociais; agitação crônica, incapacidade de ficar quieto; pressa; aceleração do pensamento; reações exageradas de alerta; relações interpessoais tensas, violência doméstica; perfeccionismo; comportamentos compulsivos de tentativa de controle sobre o ambiente ou sobre as pessoas.
Nível social: sentimento de impotência e isolamento social; sentimento de falta de sentido na vida; raiva e indiferença com a sociedade; xenofobia; intolerância crescente às diferenças econômicas, étnicas, culturais e religiosas; uso da mídia para promover intolerância e incitar a violência; sentimento de exclusão; de falta de pertencimento a grupos sociais; de rejeição; desconfiança na humanidade ou aversão a ela; ligação a movimentos extremistas ou cultos destrutivos; sentimento de vergonha por conseguir se defender enquanto os outros permanecem em perigo; síndrome de Estocolmo, devoção pelos responsáveis pelo próprio trauma.
Nível espiritual: desesperança quanto a vida; perda do sentido de humanidade; sensação de incapacidade; profundo sentimento de vergonha em relação a vida e ao Universo; descrença no poder Universal ou rejeição a Ele; orgulho que revela insensibilidade e falta de compaixão e empatia; abandono da vida religiosa ou, ao contrário, adoção de uma religião radical; desconexão com a Natureza.
Na infância: comportamentos agressivos em casa e na escola; brincadeira violentas e repetitivas; incapacidade de concentração e aprendizagem; retraimento.
Em crianças mais velhas: pensamentos suicidas; afastamento de outras crianças; fracasso escolar; abusos de drogas e impulsividade sexual; más influências; comportamento violento e bullying.
Na família: Relações tensas; desarmonia familiar; violência doméstica – abuso contra as crianças e entre o casal; rompimentos familiares; separações frequentes e divórcios.
Muitos casos de surtos psicóticos, esquizofrênicos, bipolares e epiléticos estão associados a uma sobrecarga de ativação energética instintiva aprisionada no sistema nervoso da pessoa que, provavelmente, passou por traumas em alguma fase da vida, principalmente nas fases mais precoces de desenvolvimento humano como na gestação e infância primária. Vale lembrar que um sistema saudável pulsa entre carga e descarga na mesma proporção, ou seja, se ativa 10 também tem que descarregar 10 para não acumular resíduos de estresse como os hormônios adrenalina, noradrenalina e cortisol. Dessa forma, o sistema nervoso permanece sob uma margem de segurança e tolerância a novas ativações sem acumular estresse e permanece distante de picos de tensão próximos aos limiares de surto ou eclosão de comportamentos irracionais descompensados.
Doenças psicossomáticas como psoríase, lupos, dermatites, síndrome do intestino irritado, caspões, queda de cabelo, gastrite nervosa, enxaquecas crônicas entre outras podem ser derivadas de desregulação energética-emocional que, ao longo do tempo, gera acúmulo de estresse no corpo e satura o sistema nervoso afetando os demais sistemas como, por exemplo, o sistema imunológico.
É importante ressalvar que através da Experiência Somática (SE), abordagem terapêutica baseada em neurociência aplicada para cura de traumas, é possível acessar a raízes energéticas instintivas das memórias traumáticas em nível pré-verbal e, assim, descarrega-las com o objetivo de gerar autorregulação emocional. A liberação da energia instintiva eletro vegetativa aprisionada no sistema nervoso autônomo acontece independente de a pessoa conseguir associar os seus sintomas a sua história de vida, ou seja, para o SE não é tão importante saber a biografia do trauma e sim libera-lo em sua raiz essencial energética.
Com o sistema nervoso equilibrado a pessoa tem mais condições de restaurar regularmente o seu bem estar e, assim, desenvolver uma vida mais leve, feliz, espontânea, segura, empática e criativa. Somado a isto, através do equilíbrio emocional, a pessoa pode desenvolver mais concentração mental o que é fundamental para o bom desempenho nas diversas atividades do dia a dia como nos estudos, trabalho, negócios e lazer, além de tornar a pessoa apta a fazer as melhores escolhas na vida e manter o foco em seus objetivos.








